tag:blogger.com,1999:blog-26123568847276504202024-03-13T21:19:17.426+00:00Sometimes It Happens...Mimihttp://www.blogger.com/profile/15321850609894192242noreply@blogger.comBlogger16125truetag:blogger.com,1999:blog-2612356884727650420.post-11670089649498517832013-02-28T14:29:00.000+00:002013-02-28T14:57:17.030+00:00Estórias de um passado-presente (VI)<span style="font-size: small;"><span style="background-color: white; color: #323232; font-family: Consolas; line-height: 18px;"><i>Sei que nessa noite saí de lá com a certeza que não voltava. Não para aquele sítio...</i></span></span><br />
<span style="font-size: small;"><span style="background-color: white; color: #323232; font-family: Consolas; line-height: 18px;">Sei que saí de lá com trezentos euros no bolso. E doía-me tudo. Mas ainda assim, tinha percebido que em quatro ou cinco horas tinha ganho o mesmo que o mês inteiro de um qualquer part-time. </span><span style="background-color: white; color: #323232; font-family: Consolas; line-height: 18px;">No dia seguinte, voltei a percorrer os classificados do Correio da Manhã, em busca de algo diferente, menos soturno, menos estranho, porque não sabendo o que queria, sabia o que não queria. Encontrei, no meio de um sem número de anúncios que prometiam ganhos astronómicos, um que me chamou à atenção. Pedia "iniciantes, de 18 a 23 anos, para hotéis" e realçava que tudo o que ganhasse era para mim. Fugi para casa e telefonei. Do lado de lá tinha desta vez uma voz portuguesa, simpática, articulada, que me perguntou o óbvio e uma coisa a mais: porquê? Porque é que estava a tentar "entrar por ali". Lá expliquei, meia atabalhoada, sem querer alargar-me na minha privacidade. Combinado um encontro, desta vez num café algures em Campo de Ourique.<br />
<span style="font-size: small;"><span style="background-color: white; color: #323232; font-family: Consolas; line-height: 18px;">Na hora marcada lá estava eu, telefonema de localização feito, e tinha à minha frente uma senhora de meia idade, com um ar muito compreensivo e prestável, que depois de dez ou quinze minutos de conversa de circunstância, me explica as regras do jogo: só existiriam encontros em hotéis do centro da cidade, e nunca por menos que cento e cinquenta euros por hora. O que se passasse neles era problema meu e não dela, pelo que não devia ligar-lhe a relatar coisa alguma, boa ou má. Dizia ter muitos clientes importantes, que não podiam arriscar serem vistos a entrar num prostíbulo, e por isso preferiam tentar passar incólumes num hotel. Explicou-me que jamais deveria parar na recepção e pedir que me anunciassem, e que deveria ir arranjada mas com um ar casual, para não "dar nas vistas". Deu-me também um álibi, que jamais convinha desmentir, para não quebrar o personagem de não-profissional: trabalhava numa qualquer loja onde ela comprava coisas e confidenciara-lhe dificuldades, acedendo à sugestão dela de conhecer "um amigo solícito". Anuí ás condições que me foram propostas, segui novamente para casa, e esperei o tal telefonema.</span></span><br />
Dois dias depois, o telefone anuncia-me que havia alguém que esperava por mim num hotel de Sete Rios. Tinha de chegar rápido, caso contrário ficaria sem efeito. Fiz um sprint entre chuveiro, cabelos, roupa e afins, chamei um táxi e fui... Tinha presente na cabeça uma única coisa: <i>"será que é este o mundo de contos-de-fadas que eu li acerca de?"</i><br />
</span></span>Mimihttp://www.blogger.com/profile/15321850609894192242noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2612356884727650420.post-40964230393284076772013-02-23T00:37:00.000+00:002013-02-23T01:14:37.843+00:00Estórias de um passado-presente (V)Era chegado o dia em que eu já não tinha como arranjar subterfúgios para escapar. Tinha-me comprometido a estar ás 16h no apartamento, e além disso, tinha de começar a resolver a bola de neve que me levou lá e que se avolumava.<br />
Passei a noite em claro, a ler tudo o que me aparecesse pela frente que pudesse preparar-me para o que seria aquele meu dia. De manhã preguicei entre roupa, cabelos, maquilhagem, e os atavios que achava necessários... Parecia que a minha indecisão em tudo o que eram pequenas escolhas era o reflexo mais óbvio da indecisão do propósito.<br />
Pus pés ao caminho, e tentava não pensar. Tentava a todo o custo tornar-me uma folha em branco onde não se pudesse começar a escrever com algo a condicionar o rumo do texto.<br />
Quando cheguei, fui apresentada à "fauna" local, que no dia anterior não estava por lá. Uma miuda bonitinha, cujo nome não recordo, e exageradamente simpática, com a qual não tive tempo de conversar por mais de dez imnutos seguidos porque estava num corropio de marcações e atendimentos. Uma tipa com o maior ar de janada da história, que se abandonava a não-sei-onde numa das espreguiçadeiras da sala de espera. E a madame...<br />
Tentava articular perguntas que me parecessem coerentes com as minhas dúvidas. E lá me foram explicando o que queriam dizer cada vez que atendiam o telefone... E entretanto, uma hora volvida, a Madame achava que eu já estava suficientemente esclarecida e pronta para ser "largada" ás feras. Perguntou-me que nome queria que me chamassem, e eu - tonta - disse-lhe o meu. E ela pergunta-me qual era o meu nome de baptismo, ao que eu lhe respondo que tinha acabado de lho dizer. "Não pode ser, podes ter problemas... ninguém usa o nome verdadeiro!". Naquele momento, numa conjunção de acasos, começa a tocar na TV "Luís Represas - Mariana". Mariana era um nome com o qual eu vivia - no papel - desde há muito tempo. Fez-me sentido. E ficou...<br />
A campainha toca... eram "clientes dos táxis". Três amigos, e duas meninas disponíveis. Lá me apresentei, a tremelicar e meia aparvalhada. Eram emigrantes no Reino Unido, e estavam de férias. Dois deles decidiram que partilhariam a mesma menina, e o outro calhou-me a mim.<br />
Percebeu que eu estava terrívelmente desconfortável... Percebeu que estava assustada, e tentou acalmar-me. Foi simpático - acho -, e tentou dizer-me que se precisasse de ajuda para não continuar o procurasse. Ignorei tudo. Despiu-me, beijou-me o corpo, e seguiu... Recordo-lhe o rosto e as mãos ao ponto de o poder desenhar! Mas não me recordo de mais nada. Fiquei em choque, quando terminou, e acho que nem sequer o acompanhei à porta, despedi ou coisa que o valha. Fiquei ali, recém-nascida e sem saber o que estava sequer a sentir. Refugiei-me no cigarro, e desliguei a mente.<br />
Sei que nessa noite saí de lá com a certeza que não voltava. Não para aquele sítio...<br />
<br />Mimihttp://www.blogger.com/profile/15321850609894192242noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-2612356884727650420.post-61542131539067411012013-02-20T18:27:00.001+00:002013-02-20T21:27:55.650+00:00Estórias de um passado-presente (IV)Travessa Henrique Cardoso.<br />
De telefone em punho, era guiada até à porta que havia de abrir uma parte do meu destino.<br />
Toquei, abriu-se a porta do prédio, e tenho ideia de ter descido a uma cave. Tenho ideia, porque, de facto, não me<i> lembro</i>. Os pré-conceitos que tinha até então começaram a desfazer-se, mas eu não queria naquele momento percebê-lo. Era mais fácil achar que "isto não é o que parece".<br />
Quem me recebeu - a madame (conceito que só entendi muito mais tarde) - era uma roliça figurinha, com um decote para lá de generoso e um vestido com um padrão... alegórico. Pôs-me a mão no ombro, e aproximou-me para me cumprimentar. Eu, alérgica a beijinhos e abracinhos de estranhos, fiquei meia aparvalhada e deixei-me ir. "Mas que raio?!?!?" - pensava eu.<br />
A sessão de perguntas iniciada via telefone recomeçou. Pareceu-me interesse em perceber se eu era de facto maior de idade, e se de facto era "verde". Tentei responder, não percebendo muito bem a razão do questionário, mas, ainda assim, não me pareceu que fosse "educado" não o fazer. Seguiu-se um despejamento de informação. E aí a cabeça deu um nó. Mais uma cartinha que saia do castelo racionalizado que eu construíra.<br />
Foram-me explicadas as "regras do jogo". Existiam taxistas que traziam turistas até ao apartamento, e que eram recompensados por isso. Existiam anúncios no jornal, mas esses "pagavam mal". Convívio normal, 40€. Convívio completo, 60€. Despachar os homens o mais depressa possível, porque se aparecesse algum "cliente dos táxis" não podia ficar à espera. E os "clientes dos táxis" pagavam melhor. Cem ou cento e vinte euros, dependendo. Com esses não se podia ter pressa, porque se gostassem de nós seriam generosos. Se fosse uma hora, o valor duplicava.<br />
Devo ter perguntado tudo e mais qualquer coisinha. Tudo aquilo me estava a fazer curto-circuito. Estava a tentar pensar no que se passava com os "clientes" enquanto fazia contas aos euros que tinham acabado de surgir na conversa. Somava e subtraia-me enquanto tentava processar o facto de, não tardando muito, ter alguém a entrar pela porta que eventualmente quereria deitar-se comigo.<br />
A conversa era interrompida pelo toque da campainha. Era um dos taxistas que viera falar com a C.. Lembro-me de estar encostada a uma mesa na cozinha, e, enquanto ela ia buscar qualquer coisa para lhe entregar (presumo hoje que o seu quinhão no acordo), ele dirigiu-se a mim. Tocou-me na anca, e disse-me que "um dia destes venho para estar contigo". Tremi. Tremi mais que alguma vez me lembro de ter tremido na vida. Eu era aquilo que até hoje gosto de catalogar-me como "patinho feio". E aquele homem, que na altura me pareceu asqueroso, dizia-me taxativamente que queria <i>qualquer coisa</i> comigo. Não era um príncipe encantado charmoso e cheiroso, como os dos relatos das meninas das revistas. Era um homem "normal", igual à maioria dos homens por quem nunca me passaria pela cabeça até à data ter qualquer tipo de envolvimento com. O que senti na altura (e confesso re-sinto agora ao lembrar) não cabe em nenhuma das dicotomias que uso para descrever sentimentos.<br />
O meu estômago que se queixava desde que decidira sair de casa em busca do que achava que me servia naquele momento protestou com uma vêemencia tremenda. Senti-me mal, e pedi para começar no dia seguinte, com a desculpa que não tinha planeado ficar tanto tempo fora. Ficou aprazada a volta ás quatro da tarde, e até à meia-noite. Saí dali confusa, inquisitiva, a precisar desesperadamente de respostas aos trocentos pontos de interrogação que tinha dentro da cabeça. Voltaria, então, no dia seguinte... Fui para casa a perguntar-me se sim. E acho que só tive certeza, quando toquei novamente à campainha.Mimihttp://www.blogger.com/profile/15321850609894192242noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2612356884727650420.post-42459107826067417982013-02-19T19:38:00.003+00:002013-02-19T19:38:40.489+00:00Estórias de um passado-presente (III)A decisão estava tomada. Passei sei lá quantas horas de volta de blogs, entrevistas, sites, classificados... Como sempre na minha vida, achei que estava a munir-me de informação que me permitia racionalizar o que se passaria doravante.<i> Boy, I was wrong!!!!</i><br />
<i><br /></i>Depois de andar durante dias a ler os anúncios que pediam "acompanhantes", "colaboradoras", "massagistas", no Correio da Manhã, reuni dois ou três que me pareciam <i>adequados</i>. O que acabou por ser o escolhido rezava qualquer coisa como: "Acompanhante, iniciante, casa antiga com clientes estrangeiros". <i>"Estrangeiros restringe o risco de encontrar alguém conhecido. E eu falo inglês fluentemente, não deve haver problema"</i>. Liguei. A voz do outro lado tinha um sotaque açucarado de terras de Vera Cruz... Fez-me meia dúzia de perguntas que não recordo. Debitou-me uma morada e um número de telefone e disse-me que aparecesse a meio da tarde, porque segundo ela seria a melhor hora para conversar com calma. Engoli em seco não sei quantas vezes enquanto me vestia e maquilhava para sair. Devo ter mudado de roupa umas dez ou doze vezes, porque não conseguia estabelecer qual seria o figurino mais adequado à "entrevista". Meti-me nos transportes e fui... com o estômago embrulhado com que fico sempre que me sinto ansiosa... Pelo caminho, de <i>phones </i>nos ouvidos, tentava perceber se os <em>alguéns</em> que me olhavam percebiam o ponto de interrogação que tinha dentro da cabeça... até hoje não sei a resposta.Mimihttp://www.blogger.com/profile/15321850609894192242noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2612356884727650420.post-21217901368463391262013-02-16T17:24:00.000+00:002013-02-16T17:24:59.028+00:00Estória de um passado-presente (II)Março de 2007<br />
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Dezoito anos e seis meses, ainda abananada por uma maternidade demasiado precoce, não fui capaz de desistir daquilo que eu entendia como "ser eu". E "Eu" gostava de música, de livros às dezenas, de comer coisas estranhas e em sítios "cool", de ser adulta desde muito cedo - com direito a charutos e whisky que deixavam meio confusos os que me rodeavam, para meu gáudio. De teatros, espectáculos, telas e partituras... Gostava de ir onde me desse na telha, com quem me desse na telha, porque sempre até então tinha tido liberdade e euros no bolso que mo permitiam. Nunca liguei grandemente ás calças X ou casaco Y (esses gostos adquiri-os mais tarde...). Gastava, portanto, as minhas mesadas em tralhas inúteis à maioria das miúdas da minha idade. Afinal, os livros - em conjunto com os grandes óculos que sempre usei - não eram "fixes". Sabia mais depressa a capital do Sri Lanka que o nome do último <i>"it boy"</i> da TV. E isso fazia de mim uma <i>freak</i>...<br />
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É imensamente mais fácil camuflar-se o que comigo se passou naquele Março quando se vive numa "ilha". - <i>"Afinal, se ninguém nota, não existe, certo?" -</i> E, confrontada com um cataclismo, resolvi não resignar-me. Achei que podia solucionar os meus problemas como as moças que davam entrevistas à <i>Sábado</i>, <i>Visão</i> e que tais. Era novinha, não era assim muito feia, sabia falar e conversar sobre tudo e um queijo. E era isso que se lia na altura... a maneira cor-de-rosa como as meninas falavam na imprensa dos encontros com príncipes encantados que lhes pagavam uma pipa de massa para serem "acompanhados" por elas. O lado físico, "animal", da coisa, era "menor". <i>"Se elas podem, porque não eu?!?"</i>. Lancei-me à procura de respostas para as minhas perguntas: como, quando, quanto. Deparei-me com os blogs e sites pessoais das referidas acima. E comecei a juntar os pontos...Mimihttp://www.blogger.com/profile/15321850609894192242noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2612356884727650420.post-34046176229888046762013-02-16T17:22:00.000+00:002013-02-16T17:22:00.380+00:00Estórias de um passado-presentePreâmbulo:<br />
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Depois de um desafio lançado por uma amiga querida, decidi, também eu, partilhar pedaços - porque é isso que a minha memória permite que faça fielmente - da minha experiência como acompanhante. Pese embora me gabe desbragadamente da minha memória de elefante, existem lapsos temporais que não recordo claramente. Será pois, por isso, uma colecção de textos que reúnem as minhas experiências sem uma linha temporal rectilínea e progressiva.<br />
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Porquê? Porque talvez hoje, mais que nunca, quem se depara com esta escolha deve ter a liberdade de a fazer em posse de toda a informação possível. Porque embora eu não tenha um circo de horrores (porque comigo assim não foi) para contar, também não tenho memória de um mar de rosas. Porque sei que é fácil acreditar que é uma porta que se cruza sem nome, sem morada e sem passado, mas também sei que o caminho inverso faz-se transportando uma bagagem - que não cabe a mim qualificar enquanto narradora. Porque quando escolhi talvez o tivesse não feito se tivesse tido acesso à crueza que se impõe nestes assuntos - já que o fiz no "<i>boom</i>" dos "testemunhos" fabulados nos <i>média</i> e na internet. Porque, sim, sei que talvez seja catártico olhar para mim com a distância que o tempo permite e tirar conclusões dos quês e porquês.<br />
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Porque o meu passado define o que sou no presente. Porque ainda não fechei a porta com medo de imaginar - em vez de ver - o que está do lado de lá.Mimihttp://www.blogger.com/profile/15321850609894192242noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2612356884727650420.post-60471350329431692282010-09-06T19:04:00.000+01:002013-02-15T23:47:25.949+00:00...O estrondo que resulta do encerramento de uma porta é inversamente proporcional à determinação empenhada em mantê-la fechada.Mimihttp://www.blogger.com/profile/15321850609894192242noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2612356884727650420.post-89064806113660316642010-09-03T14:58:00.000+01:002013-02-15T23:47:25.954+00:00CrossroadsNão entendo muitas coisas. Aliás, geralmente, não me entendo. No entanto, existem outras. Óbvias, viscerais, intrínsecas. Coisas que não acho, mas que deixo que me descubram e que se aninhem aqui dentro, no fundo do peito. Gosto delas, mas às vezes, preciso também de gostar de mim.<br /><br /><a href="http://www.youtube.com/watch?v=w1rLZfAfQLM">:)</a>Mimihttp://www.blogger.com/profile/15321850609894192242noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2612356884727650420.post-78536924458855160532010-08-19T17:29:00.000+01:002013-02-15T23:47:25.957+00:00Se...Se;<br />Por um instante parasse o correr de pensamentos<br />A calma me invadisse<br />O vento soprasse (dentro dos meus ouvidos)<br />A maresia tomasse conta de mim<br />E me levasse, embalada,<br />Para onde não quis ir acordada,<br />Chegaria, certamente,<br />Onde deveria ter nascido.<br /><br /><a href="http://www.youtube.com/watch?v=bbhyqAj-ElA">(Exercícios... :D )</a>Mimihttp://www.blogger.com/profile/15321850609894192242noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2612356884727650420.post-31235015456030655312010-08-17T14:25:00.000+01:002013-02-15T23:47:25.960+00:00Circo de Feras<span style="font-style:italic;">A vida vai torta…</span><br /><br />Torta. Para mim é tão aceitável como qualquer outro modo de estar. Presença torta, a minha, incorrigivelmente teimosa. Teimo em fazer o que me aprouver sem contemplações.<br /><br /><span style="font-style:italic;">Jamais se endireita…</span><br /><br />Teimosamente. Não quero. Os padrões ficam bem em cortinados, não em vivências… Faço, e farei sempre, os meus. Teimosamente.<br /><br /><span style="font-style:italic;">O azar persegue - e esconde-se à espreita.<br /></span><br />Persegue. E eu ponho-me a jeito. Ainda estou longe de me graduar da escola do disfarce, daquele que permite escolher as situações em que ele vai bater à porta.<br /><br /><span style="font-style:italic;">Nunca dei um passo - que fosse o correcto - eu nunca fiz nada - que batesse certo.<br /></span><br />Os passos errados são apenas o caminho mais longo. E nesse caminho comprido - qual via secundária - aprendem-se e vêem-se muitas coisas que não se saberiam existir caso a rota fosse outra. Gosto dos meus “maus passos”, fizeram de mim o que gosto de ser - ainda que para mais ninguém bata certo.<br /><br /><span style="font-style:italic;">E enquanto esperava - no fundo da rua - pensava em ti - e em que sorte era a tua.</span><br /><br />Esperar não é, nem será nunca desconfio, uma virtude que me gabe de cultivar. Muito menos esperar por decisões alheias. Tremendamente mais improvável quando não tenho ideia que resposta espero, ou quero, ou preciso. <span style="font-style:italic;">Audaces Fortuna Juvat</span>. Está na altura de construir a minha.<br /><br />…<br /><br /><a href="http://www.youtube.com/watch?v=Na8QYs10wY8"><span style="font-style:italic;">De modo que a vida - é um Circo de Feras - e os entretantos, são as minhas esperas.</span></a>Mimihttp://www.blogger.com/profile/15321850609894192242noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2612356884727650420.post-66789514108827508472010-08-09T13:20:00.000+01:002013-02-15T23:47:25.966+00:00BaloiçoPendurei-me ali. Quieta, contemplativa. Perdi-me ali - pendurada - no baloiço. Aquele, que me embalou os sonhos. Aqueles sonhos dos caracóis ruivos, da pele porcelana e do olhar inquisitivo. Quis voar. Tentei. Caí. Vou voar agora, tenho as asas aqui. Voei. Aterrei numa menina trigueira, dos olhos doces. Voa - voa agora Princesa. As asas são tuas. Eu, depois de voar, sou-te ninho.Mimihttp://www.blogger.com/profile/15321850609894192242noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2612356884727650420.post-19321245877420749882010-08-03T16:49:00.000+01:002013-02-15T23:47:25.969+00:00Home...Sabe bem voltar a casa. Voltar ao cheiro da colcha de chita... - o mesmo que me embalou durante tantos anos - e às memórias que estão perdidas atrás de cada espaço. Consigo ficar horas perdida a olhar para o tecto daquela divisão que, dentro da sua pequenez, consegue conter a minha vida e o meu eu todo lá dentro. Sabe bem, muito bem, olhar para mim de novo e começar a sentir-me de novo. Aquele eu, que ficou suspenso dentro daquelas exíguas paredes azuis.<br /><br /><a href="http://www.youtube.com/watch?v=hjtceYoiNDs">Home sweet home...</a>Mimihttp://www.blogger.com/profile/15321850609894192242noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-2612356884727650420.post-28476440100254800762010-08-02T19:29:00.000+01:002013-02-15T23:47:25.973+00:00Restaurantes (I)<span style="font-weight:bold;">O Jacinto<span style="font-style:italic;"></span></span><br /><br />Chegada à porta daquela vivenda - não fosse o letreiro jamais se imaginaria ali um restaurante - numa zona pacata de Telheiras, ia já avisada que tinha um bom spot a descobrir. “O Jacinto” tem uma decoração alegre, porém clássica, e bastante confortável. Destaca-se imediatamente a simpatia e dedicação dos empregados, prestáveis, afáveis e sempre disponíveis. <br /><br />As entradas tinham de sobremaneira óptimo aspecto. Eleito: <span style="font-style:italic;">Chèvre</span> assado com Mel barrado em broa de milho. Ficaria seguramente por ali o resto da noite sem me queixar… Mas depressa fitei outros objectivos quando me foi apresentada a carta. Alvo: Bifes de Atum fritos em Alho. <span style="font-style:italic;">Meanwhile</span>, escolhe-se também a companhia… Dona Maria Amantis, branco, leve, combina bem com a noite muito quente que tinha por cenário. <br /><br />Entre goles de vinho, e ainda acompanhada pela broa, dei as boas vindas aos nacos de atum que tinham um aspecto para lá de apetitoso. Muitíssimo bem confeccionados, acompanhados de batatinhas fritas, e com um molho que - pecadora me confesso - não estivesse eu ali teria certamente sido devorado com pão! Comida que aconchega o estômago e não precisa de ser consumida rapidamente, aliás, saboreia-se melhor devagar, quase em ritmo de petisco, enquanto se conversa.<br /><br />Duas horas depois, sobremesa. Pedi <span style="font-style:italic;">Petit Gâteau</span> de Chocolate com Gelado de Limão. Pois. Eu adoro chocolate, especialmente se vier em forma de bolinho quentinho e a derreter-se por dentro. E aquele estava no ponto! Licor de Whisky para acompanhar o café, à mistura com um cigarro no <span style="font-style:italic;">lounge</span> onde se estava belissimamente…<br /><br /><br /><br />O Jacinto<br /><br />Ventura Terra 2<br />Lisboa<br />1600-781 LISBOA<br /><br />Telefone: 217591728<br /><br />Preço médio de refeição: 30/35€Mimihttp://www.blogger.com/profile/15321850609894192242noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2612356884727650420.post-87760130519000941472010-07-29T14:21:00.000+01:002013-02-15T23:47:25.976+00:00Opostos...<meta equiv="Content-Type" content="text/html; charset=utf-8"><meta name="ProgId" content="Word.Document"><meta name="Generator" content="Microsoft Word 11"><meta name="Originator" content="Microsoft Word 11"><link rel="File-List" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5Cfotos%5CDEFINI%7E1%5CTemp%5Cmsohtml1%5C01%5Cclip_filelist.xml"><!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:punctuationkerning/> <w:validateagainstschemas/> <w:saveifxmlinvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:ignoremixedcontent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:alwaysshowplaceholdertext>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:snaptogridincell/> <w:wraptextwithpunct/> <w:useasianbreakrules/> <w:dontgrowautofit/> </w:Compatibility> <w:browserlevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> </w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:latentstyles deflockedstate="false" latentstylecount="156"> </w:LatentStyles> </xml><![endif]--><style> <!-- /* Style Definitions */ p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal {mso-style-parent:""; margin:0cm; margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:12.0pt; font-family:"Times New Roman"; mso-fareast-font-family:"Times New Roman";} @page Section1 {size:595.3pt 841.9pt; margin:70.85pt 3.0cm 70.85pt 3.0cm; mso-header-margin:35.4pt; mso-footer-margin:35.4pt; mso-paper-source:0;} div.Section1 {page:Section1;} --> </style><!--[if gte mso 10]> <style> /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin:0cm; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:10.0pt; font-family:"Times New Roman"; mso-ansi-language:#0400; mso-fareast-language:#0400; mso-bidi-language:#0400;} </style> <![endif]--> <p class="MsoNormal">Será possível querer duas coisas completamente opostas ao mesmo tempo? Querer voar sem tempos nem amarras, e ainda assim querer ter um poiso à espera, paciente, para contar que se viu mundo?</p> <p class="MsoNormal">Quero muito, mas não sei o que quero na realidade. </p> Mimihttp://www.blogger.com/profile/15321850609894192242noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-2612356884727650420.post-540874699065563102010-07-23T13:45:00.000+01:002013-02-15T23:47:25.981+00:00Azul<span style="font-family: georgia; font-style: italic;">Feeling blue</span>. Há dias assim… Dias em que parece que nada nem ninguém me entende, que estou irremediavelmente descontente. Dou comigo a deambular dentro do fio dos pensamentos e das memórias. E chego à conclusão que tenho saudades das minhas asas. Não sei se as perdi, não sei se têm medo de se soltar. Porém sinto-lhes a falta.Mimihttp://www.blogger.com/profile/15321850609894192242noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-2612356884727650420.post-4044768144851306282010-07-22T11:56:00.000+01:002013-02-15T23:47:25.984+00:00Todos os dias...<p class="MsoNormal">Fecho a porta. Ataviada numa toalha, com a maquilhagem parcialmente destruída, cabelo desalinhado, procuro um cigarro. Perco-me por instantes no fumo azul que flui desordenado. Lentamente, organizo mentalmente todos os passos que se seguem. As “provas do crime” vão cuidadosamente embrulhadas para o lixo, o lençol segue também o seu caminho, as toalhas idem. Sento-me na cama enquanto me perco novamente no cigarro. Há que preparar tudo de novo... A maquilhagem tem de ser reposta, o quarto organizado, a casa de banho ordenada como se nunca vivalma lá tivesse estado. Dentro de meia hora o telefone toca de novo, e recomeça a<span style="FONT-STYLE: italic"> mise en </span><i>scène</i>.</p><p class="MsoNormal">O processo repete-se vezes sem conta desde aquele dia, com dezoito anos e poucos meses, em que o telefone tocou pela primeira vez. A Mariana, Miana, Mimi... mudou drasticamente. Já não me foge o olhar para outro lado que não os outros olhos que se deparam à minha frente. Já não sinto o frio na barriga, os pontos de interrogação são outros...</p><p class="MsoNormal">Hoje, três anos depois, cresci muito mais que alguma vez poderia supor. Quer dizer, acho que sim pelo menos. Ninguém espera muita maturidade de uma garota de vinte e um anos. A não ser eu mesma. Teimo em acreditar que sou feita de algum tipo de material indestrutível, e continuo irredutível na ideia que vou durar para sempre, seja qual for o meu caminho. Por enquanto, o caminho continua a ser aquele que, apesar de uma escolha difícil, foi a minha escolha consciente. Assumo-a plenamente, com todos os prós e contras... Porque a bem ou a mal fui sendo feliz com ela...</p><p class="MsoNormal">O telefone tocou novamente, segue-se mais uma hora e picos de “trabalho”. Outra pessoa, outra Mimi. Mimi Camaleão... moldável e mutável como cada feitio ou cada pedido que me entra pela porta. </p>Mimihttp://www.blogger.com/profile/15321850609894192242noreply@blogger.com8